A renúncia de algo que gostamos
muito e que desejamos com intensidade talvez seja uma das decisões mais cruéis
de se tomar, especialmente quando se trata de relacionamentos. A perda é
equivalente a um par de mortes: morre-se para alguém e mata-se alguém em nossa
mente. Depois, é como se restasse apenas um lugar vazio com um vasto jardim sem
vida, anoitecido e sem prenuncio de um amanhecer. Nessa hora até chorar é
inviável, pois se teme que o choro não cesse nunca. O abrir mão é uma escolha
de coragem, já que se sabe tão doloroso, mas com o tempo se percebe que o
sacrifício voluntário rendeu outras perdas, perdeu-se também a angustia, a
opressão, a instabilidade e a ilusão. A partir daí, aprende-se a recolher com
gratidão as pequenas vitórias e a recomeçar mais uma vez, com disposição para
um sonho novo.
domingo, 15 de junho de 2008
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