domingo, 15 de junho de 2008


A renúncia de algo que gostamos muito e que desejamos com intensidade talvez seja uma das decisões mais cruéis de se tomar, especialmente quando se trata de relacionamentos. A perda é equivalente a um par de mortes: morre-se para alguém e mata-se alguém em nossa mente. Depois, é como se restasse apenas um lugar vazio com um vasto jardim sem vida, anoitecido e sem prenuncio de um amanhecer. Nessa hora até chorar é inviável, pois se teme que o choro não cesse nunca. O abrir mão é uma escolha de coragem, já que se sabe tão doloroso, mas com o tempo se percebe que o sacrifício voluntário rendeu outras perdas, perdeu-se também a angustia, a opressão, a instabilidade e a ilusão. A partir daí, aprende-se a recolher com gratidão as pequenas vitórias e a recomeçar mais uma vez, com disposição para um sonho novo.

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